quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Reflexos da alma

 .Reflexos da alma


    As pessoas são diferentes por razões diversas e por muitos inaceitáveis. As pessoas apenas existem como as plantas, as rochas,as nuvens, os dias e as noites. E somos o que somos porque assim fomos criados; produtos do meio com todos os rótulos  impregnados a nossa mente como verdades imutáveis, e então nos deparamos com vida, situações do cotidiano, que nos leva a dilemas impactantes e nos deixam perplexos diante de nada mais do que vida. A visão do diferente do não aceitável me levou a refletir esse assunto da diferença ao assistir uma cena. Dois rapazes um negro e o outro mistura de raças brasileiras, estavam sentados na poltrona em frente a minha, não tão próximos que eu pudesse ouvir, mas havia uma clara impressão de um flerte, um romance e isso despertou a minha curiosidade, como também a de outras pessoas que ali se encontravam. E o jovem negro talvez por já estar acostumado a sofrer preconceitos e ser reprimido no decorrer da vida sentia-se mais a vontade colocava o braço em menção  de abraçar, esboçou ainda um beijo roubado no rosto, mas o outro altamente envergonhado  se esquivava das demonstrações de carinho de seu companheiro. De repente o mais atrevido levantou e carinhosamente beijou o outro no rosto e desceu sem olhar as reações das pessoas com as quais já estava acostumado. E de repente todas as atenções se voltaram para o rapaz que permaneceu no ônibus, ele deu uma rápida olhada para trás com a esperança de passar despercebido, pura ilusão pois foi detonado por sorrisos auspiciosos e olhares duros, maliciosos, que o fizeram sentir-se o ultimo, dos últimos dos mortais indo de encontro ao calabouço ao paredão, e continuou  todo o resto do trajeto imóvel sem  mexer sequer um músculo. E ele olhou para mim quando descia do ônibus, com aquele olhar como se pedisse socorro e eu olhei para ele com toda a carga de preconceito possível e imaginável eu também joguei pedras, eu também fui a mão no chicote, e também tive vergonha de mim, me senti mal, pois era só um menino necessitando de um olhar, de um sorriso eu me deixei levar, me deixei usar por esse monstro chamado preconceito e como todas as outras pessoas, fui má e mesquinha, não fui melhor do que a mulher que riu com ironia, ou do homem que encarou com raiva, participei porque fui omissa, me senti pesada e ao mesmo tempo vazia.
    Se o amor não tem forma, e se Deus não faz acepção de pessoa por que eu, por que você, porque nós?      Precisamos nos esvaziar de coisas de coisas assim, tirar o joio do nosso coração. Colher o trigo sem danos e preparar o pão...














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